Desafio do Bruno Ferreira
Em momentos de maior aperto intestinal em que a libertação é mais de que um sonho, é um desejo, eis que de dentro das brumas da casa de banho surge, o herói solitário, o D.Sebastião das dejecções, a catarse fecal: o clister. Este herói anal e libertador tem ora entradas triunfantes e abruptas, mas sempre com um fiel aliado (a vaselina), ora entradas subtis e estratégicas.
Depois de perceber o poder emancipador do clister, pode ser complexo para alguns, muitos quiçá, complicadíssimo até, entender a sua plenitude quando mergulhado numa esfera filosófica. E não estou a falar de Pato WC! Nesse mundo simbólico, o seu poder redentor é também inquestionável, indiscutível. Falamos então de “clisterização” inequívoca, e esta ocorre sempre em noites de bebedeiras.
Quem diz noites, diz tardes ou manhãs. O importante é compreender as similitudes entre as bebedeiras e o efeito clister. É bastante simples. O que acontece depois da aplicação do clister? Merda! Certo? O que acontece quando estamos embriagados? O que das nossas bocas? A manifestação do Síndrome da Diarreia Mental, ou merda, para os leigos.

O álcool consegue embelezar qualquer anormalidade e também torna a pessoa mais anti-social do mundo, na pessoa mais sociável a face da terra. Ficamos tão sociáveis que até falamos com objectos inanimados, como o carro (“Oh Peugeot! Onde que estás!?”), com a fechadura (“Eh pá! Hoje tas eléctrica! Não pares de te mexer! Tá quieta!”) ou mesmo os sapatos quando chocamos com eles (“Shiuuuuuu!”)
O Cronista da Parvoice © 2014