terça-feira, 11 de agosto de 2020

A Adversidade Desportiva

Desafio da Catarina Lopes 

Premissa: Ser campeão contras todas as expectativas. 

Palavras Impostas: Árbitros, campeão, fair play, jornada e respeito. 

O futebol sempre foi o meu desporto favorito e vou jogar sempre que posso. Na impossibilidade, técnica e financeira, de pisar relvados, contento-me com os ringues de alcatrões que podemos encontrar em qualquer cidade. E a minha cidade, como todas as outras, também os tem. São nesses campos que semanalmente espalho toda a magia futebolística do meu ser, pena é que essa magia só apenas uns segundos e que fique esgotada logo no aquecimento. Para a dizer a verdade e porque sou extramente fair-play, tenho quase a certeza de o esgotar assim que coloco os ténis nos pés. confesso que nesses jogos, até me sinto jogador da bola, mas só pelo facto de estar a jogar, e quem joga é jogador. Sabem o que é realmente incrível? Eu ser capaz de correr atrás bola, por vezes passar ou chutar, e não cair. Não é impressionante?

Mas o que é realmente impressionante, é a coragem que, os meus comparsas das
futeboladas domingueiras e eu, tivemos quando nos lembramos de nos inscrevermos num torneio de futebol. Que rica ideia! Foi um torneio interessante, e quem gosta de golos ficou deliciado com os nossos jogos. Golos não faltaram. Todas as experiências são boas, se delas tirarmos os devidos ensinamentos. E quais foram os ensinamentos? Quando jogamos entre amigos nunca valorizamos o pontapé de saída, no torneio valorizamo-lo bastante e tivemos oportunidades do treinar bastante. Foram muitos golos. Demasiados golos. Chegou uma altura que, nesses reinícios de jogos, pensei passar logo a bola ao adversário. Íamos perdê-la e iam marcar. Para quê perder tempo? Outro ensinamento, e o mais importante de todos: NUNCA MAIS PARTICIPAR NUM TORNEIO DESSES. É verdade que nunca pensei sair dali campeão, o que seria contra todas as expectativas, mas… Mas também não era preciso exagerar. Ninguém joga para perder e essa coisa de "O mais importante não é vencer, mas participar!" é uma grande treta. O senhor Pierre de Coubertin que me desculpe, mas vê-se logo que nunca acabou nenhum torneio com um saldo negativo de não-sei-quantos golos. Esse não-sei-quanto é mesmo por eu não saber, ou não me lembrar, ou ter tido inconsciente ou conscientemente um esquecimento selectivo dos golos sofremos. Foram tantos e depois dos 40 deixei de contar. E mesmo que tivesse contado, o mais provável, seria ter recalcado essa informação. Mesmo que quisesse culpar os árbitros dos nossos resultados. Apitaram muito, tanto que houve um momento que achei que perto do campo estava a acontecer um ensaio de uma filarmónica. A única coisa que fizeram o jogo todo foi apitar. Apito para iniciar o jogo. Apito para o golo e consequente pontapé de saída. E desses, não foram nem pouco, nem muito, foram bastantes. E finalmente o apito para acabar com o sofrimento… queria dizer o jogo!

Não quero que pensem que não tentamos dar a volta a situação, por respe ito ao jogo, mas principalmente por uma questão de amor-próprio. Como? Como em qualquer situação adversa em que os heróis estão perante uma adversidade que parece intransponível. Usei a minha secreta: discursos motivacionais de filmes! Não correu como eu esperava, mas poderiam ter resultado! Vendo bem as coisas, se calhar não foram os mais indicados, mas não me lembrava de mais nenhum e não costumo ver filmes desportivos. Como estávamos com dificuldades em defender lembrei-me disto: “Sim, lutem e poderão morrer, fujam, e viverão...pelo menos por um tempo. E morram nas vossas camas, porque daqui a muitos anos, vocês estarão dispostos a trocar todos os dias da vossa vida por uma chance, apenas uma chance para voltar aqui e dizer aos nossos inimigos que eles poderão tirar-nos a vida, mas nunca nos tiraram a nossa LIBERDADE!” E sabem que disse isto? William Wallace em Braveheart! Sim! Nós queremos liberdade, mas por amor de Deus não deem essa liberdade aos avançados adversários! Eles fartam-se marcar golos!

No intervalo do mesmo jogo lembrei-me doutro discurso emblemático: “Filhos de Gondor! De Rohan! Meus irmãos. Eu vejo nos vossos olhos o mesmo medo que me poderá tirar o coração. Um dia poderá vir quando a coragem dos Homens falhar, quando nos abandonarmos os nossos amigos e quebrarmos todos os nossos laços de união, mas e
sse dia não é hoje. Uma hora de lobos e escudos partidos quando a era do Homem se está a desmoronar, mas esse dia não é hoje! Neste dia nós lutaremos. Por todos aqueles que nos são queridos nesta boa terra, eu peço-vos para ficar, Homens do Ocidente!” Não!? Não mesmo!? Resultou quando o Aragorn disse isto nos Senhor dos Anéis, porque é não resulta como vocês? Depois olhei para o placard e percebi que por essa altura já estávamos a perder por uma diferença de 13 golos. Já me tinha esquecido disso. Raios partam o esquecimento selectivo! Desperdicei um bom discurso em vão.

Quando a adversidade desportiva é demasiado evidente, e que uma jornada acaba, o melhor é apostar noutras modalidades, ou noutras formas de jogar futebol e por comecei a dedicar-me ao Fifa. Só que perco e por muitos…

O Cronista da Parvoíce © 2020

quinta-feira, 7 de maio de 2020

O Deleite Manual

Desafio do Bruno Ferreira 

Premissa: A arte rupestre da técnica manual do prazer 

Palavras Impostas: Gatos fofinhos, cães raivosos, Confortec, Atum e Pilhão 

Existe o mito que os homens não conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo, mas isso é totalmente falso e tenho a certeza do que digo. Mais vos digo tenho provas que são transversais a todo o género masculino. Como? É simples! Sempre que um homem utiliza a actividade transcendente unicamente masculina, ou a.t.u.m., está a comprova-lo. Perguntarão, e bem, o que isso do atum? É um peixe! Acho estranho vocês não saberem isso. A sério que sabem mesmo?! Nunca comeram atum? Como é possível? É aquele peixe que vem enlatado e que é usado para a salada russa, ou pasta de atum, usar salmão para fazer pasta de atum, seria estranho. Não sei porquê, mas tenho a impressão que me perdi no meu raciocínio. Fico todo baralhado quando a minha corrente sanguínea irriga mais o meu cérebro inferior do que o superior.


É isso mesmo! Era disso que estava a falar! Não era do peixe, mas sim do prazer obtido através do processo unilateral de normalização hormonal por estimulação temporária auto-induzida, comummente chamado de p.u.n.h.e.t.a., é transversal, ou vertical, constante o estímulo e a capacidade genética de cada um. E qual é a relação disso com a questão inicial? Uma palavra: pornografia! Como assim? Ninguém agarra o pau do nada! Um bêbado sim, mas esse é o assunto e alguém embriagado a bater uma é muito perigoso. Tão perigoso quanto um cão raivoso! Porquê? Imagine chegar a casa podre de bêbado, tentar agarrar o seu pau do nada, e devido ao tremor, tanto físico como mental, não conseguir. É altamente frustrante! Um gajo fica raivoso! De tal forma que começamos a ranger dos dentes e, por vezes, até nos babamos. Acho que é por isso. Eu não sei bem. Nunca me aconteceu. Penso eu… Uma vez acordei com tonturas, com as calças para baixa, com a mão no zézinho, melhor no zézão, será que?!

Fogo! Perdi-me outra vez outra no raciocínio! Ainda não percebido isso, mas a verdade, que começo a perceber que essa prática heptadiária está a afectar o meu intelecto. Ainda bem que não fumo aquelas substâncias recreativas que podemos plantar em casa e permitam-nos relaxar e viajar sem sair de casa. Se praticasse essa dupla actividade, e quem sabe ao mesmo, neste momento, os meus neurónios estariam decerto muito relaxados numa viagem para não sei onde, mas sem regresso marcado. Agora, e a título meramente informativo, sei que dá para plantar em casa em vasinhos, com uma lâmpada fluorescente ou LED, à 30 cm da planta, somente por acaso. Mas voltando às sete vezes por dia, eu tentei reduzir, mas andava ressacado. Eu, inclusive, tentei aquela técnica do “gatinho fofinho”, quando está com muita vontade pensar naquelas bonecadas onde os gatos têm aquele olhar fofíssimo, mas não resulta comigo. não por ter fetiches estranhos que envolvem animais, mas por livre associação de ideias, a minha mente faz um brainstorming instantâneo que me devolve a javardice. Uma coisa deste género: Gato/Olhinhos fofos do Gatinho/Olhinhos fofos da Gatinha/Gatinha/Gata/Gaja boa/a gaja boa está a fazer-me olhinhos/Ela quer levar com ele e assim, repentinamente, estou com a espada em mão. Pelo tamanho é mais um punhal, mas perceberam a ideia.

Eu sei que me perdi outra vez, mas não saio daqui enquanto não vos explicar o meu raciocínio inicial. Não tinha a percepção que o meu GPS memorial estava neste estado. Falando em GPS, já vos contei o que me aconteceu quando me perdi a caminho do pilhão? É uma história um pouco absurda, direi mesmo estúpida. Eu estava a ver televisão quando o comando deixou de funcionar, muito provavelmente por causa das pilhas. E claro fiz o que todos fazemos nesses momentos. Tentei recarregar as mesmas através de pancadas no comando. Como não estava a resultar fui buscar umas novas e como sou responsável decidi meter a velhas no pilhão. O único problema é que não sabia onde encontrar um e fiz o que qualquer pessoa faria procurei no google. Depois de algum tempo encontrei finalmente a localização. Uma nota: é muito mais rápido encontrar qualquer assunto relacionado com pornografia que qualquer outro. Pornografia?! Não estava… voltando às pilhas, coloquei a localização no GPS e fiz-me ao caminho. Confesso que depois de cinco horas de caminho, em que me perdi vezes sem conta, decidi voltar para casa. Também pensei que ninguém iria morrer por só colocar aquelas duas pilhas no pilhão no dia seguinte. De qualquer forma, tinha-me esquecido delas em casa.

Outra vez… Agora é que é… E antes que me perca outra vez… Os homens conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo e a prova disso e a pornografia e o que fazemos enquanto a vimos. Ver e fazer, são dois actos simultâneos! Poderão discordar porque podem insinuar que “ver” não implica uma acção física real. Tudo bem, mas isso se pensarmos na pornografia num prisma confortec, ou seja, no conforto e usando as novas tecnologias (conforto+tec), que seja for na televisão ou no pc. Mas se usarmos uma revista, ou para os mais saudosistas e imaginativos, um catálogo nas páginas da roupa íntima, é irrefutável que estamos no multitasking que muitos dizem ser exclusivos das mulheres. Pronto e é isso que queria dizer…

Será que me esqueci de alguma coisa?!!

O Cronista da Parvoíce © 2020